Aprenda a Fazer Seu Próprio Giz Artesanal: Durável, Sustentável e Cheio de Ciência por Trás
Como terra peneirada, gesso e engenharia caseira transformam um simples pedaço de giz em um experimento criativo e educativo

Em meio a um mundo cada vez mais digital, dominado por telas, aplicativos e plataformas de produtividade, pequenos objetos analógicos voltam a chamar a atenção justamente por aquilo que representam: simplicidade, engenhosidade e a capacidade de transformar materiais comuns em ferramentas úteis. É o caso do giz artesanal feito com terra, uma ideia que ganhou força em 2025 graças à mistura equilibrada entre curiosidade científica, espírito maker e sustentabilidade — impulsionada, inclusive, por vídeos de canais como o Manual do Mundo.
Mais do que apenas um material para escrever na lousa, esse tipo de giz artesanal se torna um minilaboratório de experimentação: cada mistura gera uma textura diferente, cada solo altera a cor final, e cada ajuste nos ingredientes muda a performance. Fazer o próprio giz deixa de ser algo ingênuo e se transforma numa pequena aula prática de química, física e até design de materiais.
Neste artigo, você vai entender por que o giz artesanal virou tendência, como funciona sua composição, como usá-lo em estudos e projetos criativos, quais misturas funcionam melhor e como esse simples experimento aponta para um futuro mais consciente e curioso no dia a dia.

Por que o Giz de Terra se Tornou um Experimento Científico Caseiro
A proposta parece simples: misturar terra peneirada, gesso e água para criar pequenas barras de giz. Mas, ao olhar mais de perto, surge um universo completo de ciência aplicada, acessível e extremamente rico para quem gosta de compreender processos.
1. Ciência ao alcance das mãos
Criar giz artesanal envolve conceitos de:
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Química de materiais – reação entre gesso e água, absorção de pigmentos e integração com minerais do solo.
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Física do atrito – como a barra desliza na superfície, resistência ao desgaste e tamanhos das partículas.
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Geologia básica – diferentes tipos de terra produzem tons, texturas e resultados variados.
Esse processo transforma a bancada da cozinha ou da garagem em um pequeno laboratório, onde observar, testar e ajustar faz parte da diversão.
2. Engenharia aplicada ao cotidiano
Cada combinação de ingredientes altera:
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dureza,
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resistência à quebra,
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intensidade do traço,
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velocidade de secagem,
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textura final.
É o equivalente a desenvolver um protótipo de material de escrita, como se você estivesse projetando sua própria ferramenta analógica. Isso dá ao giz um valor especial — ele deixa de ser apenas um objeto e passa a ser o resultado de um experimento pessoal.
Como o Giz de Terra Entra na Rotina de Estudos, Trabalho e Criatividade
Quem pensa que o giz artesanal serve apenas para nostalgia escolar se surpreende ao descobrir quantos usos ele oferece no cotidiano atual, especialmente em ambientes modernos que valorizam criatividade e visualização.
1. Ferramenta de estudos e organização
Em quadros negros, murais ou superfícies de planejamento, o giz feito com terra:
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oferece traço firme,
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permite boa leitura,
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cria tons terrosos diferenciados,
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combina com ambientes rústicos ou minimalistas.
Startups, ateliês, home offices e estúdios de design encontram nele uma alternativa charmosa para brainstorming, mapas mentais e planejamento visual.
2. Atividade pedagógica poderosa
O giz artesanal abre portas para atividades educativas que misturam:
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sustentabilidade,
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composição do solo,
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reaproveitamento de materiais,
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física e química de maneira prática,
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desenvolvimento de criatividade manual.
O processo inteiro pode ser tema de aula, do início ao fim — da coleta do solo até os testes de escrita.
3. Decoração e arte
Em murais, quadros negros decorativos ou projetos artísticos, o giz com tons naturais traz estética diferenciada:
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marrons,
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ocres,
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vermelhos terrosos,
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amarelos minerais.
Cada solo produz uma paleta única.
A Tecnologia Surpreendente por Trás de um Giz Feito com Terra
Mesmo que à primeira vista pareça artesanal demais para ter “tecnologia”, esse tipo de giz envolve uma série de ajustes finos que lembram muito o funcionamento de software, engenharia de materiais e design físico.
1. O equilíbrio entre dureza e maciez
A base do giz combina:
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Gesso – dá estrutura e resistência.
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Água – inicia o processo químico de solidificação.
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Terra peneirada – adiciona textura, cor e minerais.
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Carbonato de cálcio (opcional) – suaviza o atrito e melhora a escrita.
O desafio é encontrar o equilíbrio ideal. Giz muito duro não escreve bem; giz muito macio quebra facilmente.
2. A função dos “tweaks” na mistura
Assim como em um aplicativo com configurações avançadas:
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cola branca aumenta a coesão dos ingredientes;
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detergente altera a dispersão das partículas e suaviza o traço;
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pigmentos naturais adicionam cor, mas podem prejudicar a durabilidade.
Cada ajuste muda o comportamento final, quase como instalar um plugin ou add-on no seu material.
3. Por que pigmentos vegetais nem sempre funcionam
Apesar de parecerem naturais e sustentáveis, esses pigmentos:
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absorvem muita umidade,
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alteram a textura,
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reduzem a firmeza da barra,
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geram cheiro forte durante o preparo.
Uma ótima lição prática sobre como “natural” não significa automaticamente “adequado”.
Passo a Passo: Como Fazer Seu Próprio Giz de Terra

Aqui está uma receita simples, eficaz e durável, baseada nas misturas que mais funcionam.
Materiais
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4 colheres de gesso
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2 colheres de terra bem peneirada
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1 colher de carbonato de cálcio (opcional, mas recomendado)
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Água suficiente para formar uma pasta cremosa
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Formas tubulares (como moldes de silicone, canudos cortados ou formas de gelo)
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Recipiente para misturar
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Colher ou espátula
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Luvas (opcional, mas recomendado)
Modo de preparo
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Peneire a terra para remover pedrinhas, gravetos e partículas grossas.
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Misture o gesso e o carbonato de cálcio em um recipiente seco.
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Adicione a terra e mexa até tudo ficar uniforme.
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Acrescente água aos poucos, formando uma pasta consistente.
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Coloque a mistura nos moldes, compactando levemente.
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Deixe secar por 24 a 48 horas.
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Retire das formas e deixe “curar” por mais um dia.
Resultado esperado
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Giz firme, mas não quebradiço.
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Traço uniforme e suave.
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Cores naturais de acordo com o tipo de solo escolhido.
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Durabilidade superior às versões caseiras mais simples.
Comparação Entre as Versões Mais Comuns de Giz Artesanal
Essa tabela ajuda a entender como cada tipo de receita se comporta:
✔ Giz de terra (versão clássica)
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Durabilidade: alta
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Textura: firme e equilibrada
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Cores: tons naturais
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Desempenho: excelente para escrever e desenhar
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Ponto fraco: secagem um pouco lenta
✔ Giz com pigmentos vegetais
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Durabilidade: baixa
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Textura: úmida, instável
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Cores: bonitas, mas pouco duráveis
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Desempenho: fraco na lousa
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Ponto fraco: cheiro forte e pouca firmeza
✔ Giz com carbonato de cálcio
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Durabilidade: muito boa
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Textura: mais macia, sem quebrar
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Cores: claras e suaves
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Desempenho: o melhor para escrita
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Ponto fraco: exige ingrediente extra
✔ Misturas complexas com muitos aditivos
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Durabilidade: imprevisível
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Textura: varia muito
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Cores: variadas
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Desempenho: instável
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Ponto fraco: ingredientes demais deixam a receita frágil
O Futuro da Criatividade: O Que o Giz de Terra Representa
Criar um simples giz em casa abre portas para algo muito maior: a redescoberta da criatividade material — aquela vontade de entender a composição das coisas, de construir soluções com as próprias mãos, de experimentar como pequenos cientistas.
1. Reaproximação das ferramentas analógicas
Em um mundo digital:
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escrever na lousa,
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desenhar formas,
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rabiscar ideias,
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visualizar pensamentos,
se torna quase terapêutico.
Ferramentas analógicas ganham novo valor justamente por serem diferentes das interfaces digitais padronizadas.
2. Sustentabilidade prática
Usar terra, gesso e materiais simples reforça conceitos de:
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reaproveitamento,
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baixo impacto ambiental,
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uso de recursos naturais,
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consciência sobre materiais.
3. Uma porta para mais experimentos
Depois do giz de terra, muitos criadores começam a explorar:
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gizes de cera naturais,
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tintas caseiras,
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pigmentos minerais,
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papéis artesanais,
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tintas ecológicas para parede.
O giz é só o começo.
Conclusão: O Valor de Transformar Matéria-Prima em Descoberta
O giz artesanal feito com terra é mais do que um objeto simples: ele é um convite à curiosidade. Mostra que tecnologia não está apenas nas telas, mas também nas misturas caseiras, nas reações químicas, nos testes e no prazer de criar algo útil com as próprias mãos.
Em tempos de avanço digital, esse pequeno pedaço de giz nos lembra que experimentar, observar e construir continua sendo uma forma poderosa de aprender e transformar o cotidiano.




